Gamito Dos Santos, a voz firme na turbulência

Gamito dos Santos se destaca como uma figura importante na defesa dos direitos humanos, especialmente em Nampula, onde tem se empenhado em sua função de defensor dos Direitos Humanos.
Recentemente, ele foi homenageado em duas ocasiões pelo seu trabalho em prol dos direitos humanos: em Dublin, onde recebeu o título de Defensor dos Direitos Humanos 2024 pela Front Line Defenders, e em Joanesburgo, onde foi reconhecido com o Prémio Defensor dos Direitos Humanos do Ano da África Austral 2024 pela Southern Defenders.
Contudo, não foram as premiações que o tornaram Gamito uma figura destaque ao nível da sociedade civil em Nampula, mas a sua coragem e determinação em enfrentar adversidades, mantendo a sua voz activa em meio ao medo que permeia a sociedade.
Gamito continua a levantar questões de violações e abusos de direitos no meio de turbulências, evidenciando o seu conhecimento e compromisso com a sua missão.
Gamito é para já a principal figura que se destaca, percorrendo não só a cidade de Nampula, como também em todos os 23 distritos da província. A sua notoriedade aumentou após ter sido sequestrado, preso e torturado ilegalmente por 24 horas, por ter encabeçado a Marcha da geração de 18 de Março, em homenagem ao conceituado cantor moçambicano Azagaias.
A seguir viu a sua casa invadida na calada da noite, supostamente pelos esquadrões da morte, quanto à libertação dos Presos Políticos, no âmbito das eleições Autárquicas 2023.
Apesar de que a detenção e a invasão visavam o silenciar, Gamito continuou e continuou o seu trabalho com determinação, tendo participado criminalmente algumas individualidades Políticas por envolvimento em actos de Corrupção, diante da Justiça, que por segredo de Justiça preferimos omitir uma vez estarem sob investigação.
Participou o caso de agressão física envolvendo o Director da Escola Secundária de Anchilo, que responde criminalmente e que tem um processo disciplinar em curso. Participou activamente no actual processo eleitoral desde o recenseamento, e é Presidente do Comité de Resposta aos Conflitos eleitorais em Nampula, o qual é suportado pelo Consórcio Mais Integridade.
Participou de partidos políticos que estiveram em conflito com a lei durante a Campanha Eleitoral 2024. Denunciou a exclusão dos eleitores protagonizada pelas autoridades de gestão destes processos CNE e STAE. No âmbito das tensões Pós-eleitoral instalada no País tem prestado serviços de promoção, protecção e Defesa dos Direitos Humanos, concretamente Apoio Humanitário aos feridos, assistência Psico-social aos necessitados, Assistência Jurídica e soltura dos detidos pela PRM.
Neste processo, conseguiu intervir cerca de 113 casos de detidos que tiveram sua liberdade restabelecida, ao nível da Província. Cento e quatorze pessoas feridas estão sob seu acompanhamento, dos quais 16 estão em curso um processo de apoio para remoção de balas.
Está também em curso um processo de levantamento das famílias que perderam seus entes queridos pela brutalidade policial que culminará com a participação jurídica contra o Estado Moçambicano, que consistirá na responsabilização pelos danos passíveis de indemnização às famílias.
Recentemente, ele interveio na libertação de um empresário supostamente sequestrado por financiar manifestações, organizando um plano que resultou na sua liberação das celas do Comando Provincial da PRM, onde a polícia e outras entidades da justiça diziam desconhecer a existência de celas e/ou a detenção do referido empresário.
Gamito abriu também uma participação contra o Comandante Distrital de Nacala-Porto, por ter baleado os órgãos genitais de um manifestante no recinto do Hospital distrital de Nacala enquanto prestava socorro a outro cidadão ferido pela Polícia.
Além desses casos, Gamito tem revisitado diversas violações e abusos de direitos humanos por meio de sua actuação. Por isso, ele conquista o nosso respeito e uma menção distinta. Sua imagem reflecte a realidade da sociedade civil em Nampula. Redacção