Enfraquecidos pela acção policial, estudantes da UNILÚRIO só irão se reunir no sábado com a entrada da universidade fechada

Após serem ameaçados pela polícia para não entrarem no perímetro do campus da Universidade Lúrio, os estudantes de medicina da referida instituição de ensino superior acabam de comunicar que chegaram a um acordo com a polícia, porém o trajecto da passeata foi completamente modificado.

Inicialmente, a intenção dos alunos que protestam contra a escassez de estágios, corrupção e o aumento do assédio sexual na Universidade Lúrio era sair da Faina em direcção ao campus da Universidade no bairro de Marrere, onde está localizada a reitoria. O protesto estava marcado para quinta-feira, 04 de Abril de 2024, dia de aula. Após a ameaça da polícia, a marcha foi adiada para amanhã (Sábado, 06 de Abril) e terá um percurso menos impactante. Os alunos vão marchar em direcção ao Hospital Central de Nampula, onde os professores estão dispostos a leccionar, mediante a remuneração pelos serviços prestados à universidade nos últimos três anos.

Em um comunicado do Núcleo de Estudantes da Faculdade de Ciências de Saúde, recebido em nossa redacção, os estudantes expressam sua lamentação: “No dia 04 de Abril cedemos, não porque somos fracos, mas porque o nosso objectivo é investir todas as energias para reivindicar os nossos direitos de forma pacífica, e não dividir essas forças em confrontos com autoridades policiais. Aceitamos a condição imposta (PRM-Nampula): mudamos a rota da marcha, partiremos da Faina-UBS, iremos marchar em direcção à rotunda do Hospital Central de Nampula e terminaremos no Parque Popular”.

Os estudantes ressaltam que “agora possuímos acordos firmados com a polícia. A nossa comunidade acredita que os estudantes perderam sua força após o adiamento. Não podemos esquecer: nós temos sonhos e objectivos a alcançar em nossas vidas”.

A nota esclarece que a marcha foi marcada para o sábado por ser um dia em que a instituição de ensino “não poderá nos forçar a participar de aulas ou outras actividades que nos obriguem a estar no campus. Não devemos ficar em silêncio diante da morte de nossos Sonhos! Apela-se à pontualidade e à presença em massa de todos os estudantes”. Redacção