OPINIÃO
Editorial: Que a Chama da Unidade acenda a paz que todos merecemos!

Nesta Segunda-feira, dia 7 de Abril, Moçambique volta a acender a Chama da Unidade, uma tocha simbólica que já percorreu o país em momentos marcantes da nossa história — em 1975, com o Presidente Samora Machel; em 2005, com o Presidente Armando Guebuza; e em 2015, com o Presidente Filipe Nyusi. Desta vez, é o Presidente Daniel Chapo quem relança a chama, num percurso que vai durar mais de 70 dias, desde Nangade, no extremo Norte, até à Praça da Independência, em Maputo, no simbólico 25 de Junho.
Embora este relançamento esteja oficialmente ligado às comemorações dos 50 anos da independência, sabemos que o seu significado vai muito, além disso. Estamos a sair de um período de instabilidade política e social. O país clama por reconciliação, por diálogo verdadeiro e pela reconstrução dos laços que nos unem. O próprio Presidente Chapo deixou clara essa necessidade durante as suas recentes visitas a Niassa, Nampula e outras províncias — praticamente em todos os seus discursos, a mensagem foi uma só: é tempo de unir, de curar e de seguir em frente.
Esperamos, sinceramente, que esta caminhada da chama não seja contaminada por discursos de ódio ou por disputas políticas infundadas. Infelizmente, em Moçambique, já nos habituámos a ver situações em que, enquanto o dirigente máximo rema para a direita, muitos remam para a esquerda — cada um com a sua agenda. Que esta tocha não seja mais uma oportunidade para alimentar divisões, mas sim para cultivar a moçambicanidade, a reconciliação e a paz genuína.
Não podemos continuar a viver em bairros onde militantes de partidos rivais se enfrentam por coisas tão básicas quanto a posse de formulários ou símbolos partidários. Como se viu recentemente em Nampula, alguns interpretaram uma simples reunião entre Venâncio Mondlane e Daniel Chapo como uma vitória de um lado e derrota do outro. Mas nós preferimos ver isso como um ganho nacional. Nem Chapo venceu, nem Venâncio perdeu — quem ganhou foi Moçambique. E essa vitória deve ser celebrada por todos, não por um partido, mas por toda uma nação.
Como bem disse o Presidente na sua visita a Nampula: ninguém é proibido de pensar diferente. Até os gémeos e casais pensam diferente — e tudo bem com isso. O que não podemos permitir é que essas diferenças se transformem em violência. As ideias devem ser apresentadas livremente, sem preconceitos, sem mágoas, com respeito. Só assim construiremos um Estado verdadeiramente democrático, forte e inclusivo.
Até mesmo nos Estados Unidos da América, onde muitos acreditam existir uma democracia madura, temos assistido a episódios de instabilidade — algo inesperado, mas real. Se isso acontece lá, imaginemos o quanto devemos estar atentos e vigilantes num país ainda jovem e frágil como o nosso.
Por isso, acreditamos que esta chama, lançada neste momento crucial, tem um papel simbólico e prático. Que ela sirva para purificar os corações, dissipar o ódio acumulado e abrir espaço para uma paz que não seja apenas proclamada, mas vivida. Que seja um tempo de recomeço, de reconstrução e de esperança. Moçambique merece.
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