Domingos Zaqueu prevê impacto negativo no orçamento familiar com nova política do banco central

O economista, Domingos Zaqueu, alerta aos moçambicanos que a decisão do Banco Central de tornar o metical obrigatório em transições internas e outras medidas sobre o investimento e transacções cambiais, recentemente tornadas públicas, terá um impacto negativo significativo no orçamento da população. Por isso chama a atenção para que os moçambicanos se preparem para tempos difíceis. “Isto vai aumentar o custo de vida, tornando a situação insuportável para o pacato cidadão”, disse Domingos Zaqueu.

O economista moçambicano, que trabalha em assuntos estratégicos relacionados à economia e ao desenvolvimento, afirma que as decisões do banco central irão fortalecer a economia de Moçambique e tornar o mercado mais robusto, assegurando que a moeda local circule com mais força tanto em âmbito nacional quanto internacional. No entanto, ele ressalta que isso vai acarretar um aumento de custos para o pacato cidadão, principalmente nas transacções de moeda por bens e serviços, o que pode se tornar insuportável.

“Se o Banco de Moçambique, obriga que todo e qualquer cidadão, sobretudo para aquele cidadão pacato deve em cada transacção faça o pagamento e seja ressarcido em meticais, isto vai fazer com que os produtos de primeira necessidade aumentem de preço e consequentemente fique insuportável para o cidadão moçambicano”.

Para o especialista em economia, a decisão do Banco Central resultará em um aumento nos preços dos produtos essenciais e dos produtos e serviços nos próximos dias. “Estaremos diante de uma situação em que a economia se tornará mais resistente, o banco conseguirá estimular uma maior circulação da moeda, tanto a nível nacional quanto internacional”.

Segundo Zaqueu, a decisão de elevar o montante do investimento de estrangeiros de 250 mil dólares para um milhão de dólares certamente irá estimular os investimentos no país, visto que o banco eliminou diversas exigências que eram obrigatórias anteriormente.

Segundo o economista, a inserção do banco central resultará em um aumento no número de empregos e, consequentemente, na ampliação das oportunidades de trabalho no país. No entanto, Zaqueu prevê que essa intervenção vai elevar ainda mais o custo de vida.

“Quando o investimento cresce, ocorre uma intensa circulação de dinheiro. Com isso, o custo de vida dos cidadãos de Moçambique inevitavelmente aumenta”, alertou, destacando que o aumento nos investimentos terá um impacto significativo no orçamento do pacato cidadão.

Quanto à determinação de aumentar a autonomia dos bancos comerciais para realizarem operações cambiais, com o papel de supervisão atribuído ao banco central, o especialista em economia não vê  com positividade tal decisão. Segundo ele, se o Banco de Moçambique não esclarecer melhor a sua resolução, poderá surgir oportunismo e situações semelhantes às vividas anteriormente, quando determinados bancos foram punidos por práticas cambiais indevidas.

“Em tempos não muito distantes, presenciamos episódios preocupantes. O Standard Bank sofreu sanções, faltava legitimidade e não seguia políticas claras”, afirmou Zaqueu ao destacar a precipitação do banco central.

“Atribuir mais autonomia aos bancos comerciais para realizarem transacções cambiais pode resultar em perda de controlo sobre as operações”, finaliza o analista. Vania Jacinto e Redacção