SOCIEDADE
Dom Inácio Saúre apela ao fim das “matanças desnecessárias” em Mutuali e defende o diálogo como caminho para a paz

O Arcebispo de Nampula, Dom Inácio Saúre, apelou ao reforço do diálogo e da moderação por parte das autoridades moçambicanas, sublinhando que “pegar em armas não resolve problemas” e que o caminho para a paz passa pelo entendimento e não pela violência.
A posição do líder católico surge na sequência do massacre ocorrido na passada quinta-feira (17), no posto administrativo de Mutuali, distrito de Malema, onde uma denúncia por si liderada aponta para a morte de 21 pessoas, em circunstâncias ainda por esclarecer, alegadamente durante confrontos entre supostos membros do grupo Naparama e as Forças de Defesa e Segurança (FDS). As autoridades, contudo, confirmaram oficialmente apenas cinco vítimas mortais.
Durante uma conferência de imprensa, Dom Inácio não escondeu a sua preocupação com o rumo dos acontecimentos e considerou as mortes “um crime contra a humanidade”. Segundo o prelado, a reconciliação nacional não será possível enquanto persistirem acções militares desproporcionais e a ausência de mecanismos reais de escuta e negociação.
“Será que os Naparamas quiseram mesmo agredir os militares? E mesmo que tenham provocado, será que a reacção foi justa? Eu não sei, não sou militar. Mas como pastor, sou chamado a erguer a voz em defesa da vida”, disse o Arcebispo, sublinhando que a Igreja Católica rejeita categoricamente o uso da força como solução para conflitos internos.
Dom Inácio lançou um apelo directo às autoridades do Estado para que evitem “respostas automáticas de violência” e adoptem abordagens baseadas na escuta, no respeito pelos direitos humanos e na contenção. “Não podemos continuar a matar-nos uns aos outros. Não é assim que vamos unir Moçambique. Precisamos de saber o que realmente aconteceu em Mutuali, e se houve provocações, que a resposta seja sempre moderada”, advertiu.
O líder religioso terminou a sua intervenção pedindo transparência nas investigações sobre o incidente e uma reflexão profunda sobre os métodos de actuação das forças de segurança. “A paz verdadeira constrói-se com justiça, diálogo e reconciliação. E a Igreja continuará a dar o seu contributo para isso”, concluiu. Vânia Jacinto
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