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OPINIÃO

Dinâmicas do pensamento económico e político moçambicano, o que falhou?

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O pensamento económico moçambicano teve primeiros avanços em 1975, após a consolidação do Estado independente, livre do jugo colonial, nesta época vários esforços, parcerias a nível internacional foram estabelecidos como forma de dinamizar a economia bem como uma estrutura política para responder às necessidades da população. No entanto, embora com poucos quadros formados e com alto índice de analfabetismo, os primeiros passos mostraram-se salientes, o país estava mergulhado em problemas sociais com destaque a pane das principais infraestruturas (estradas, hospitais, indústrias, escolas, etc) vitais para o desenvolvimento. Ora, mesmo diante disso o Programa de Reabilitação Económica-PRE teve seus êxitos na medida que ia respondendo os problemas que assolavam o novo Estado.

Nessa senda, o nível de desenvolvimento verificado nesta época viu o seu calcanhar de Aquiles atingido com a queda do Socialismo, o país teve que se reinventar no meio de tantas incertezas e imposições, na verdade o problemas do pensamento económico e político moçambicano começa mesmo com as ditas recomendações fruto de laços bilaterais e multilaterais com principais instituições financeiras mundiais. Face às imposições destas instituições, importa buscar o posicionamento do Severino Nguenha, no seu livro “O bom Selvagem” onde destaca que os africanos só podem tornar-se verdadeiros interlocutores nas grandes organizações internacionais enveredando pela via de modernização, processo paulatinamente criado pelo Ocidente que se considera necessário ser aceite e implantado no nosso continente (africano). Portanto, as imposições do ocidente bem como as orientações políticas mostraram-se ineficazes para o contexto africano especificamente para Moçambique, porque estes não iam de acordo com a realidade local nem tão-pouco respondia às reais necessidades vivenciadas naquela época.

A forte influência do Ocidente nos assuntos internos embora de forma indirecta forjado de ajuda externa ou apoio internacional, teve forte impacto na economia moçambicana sobretudo na consolidação de cultura de “to pidir” pedimos, importamos tudo, até aquilo que temos em abundância, dentre tantos exemplos deste síndrome de “to pidir” ajuda humanitária, como é que até hoje importamos até cotonete da China?

Ademais, devíamos rever o princípio do clássico David Ricardo quando diz que um país para ter um balanço económico eficaz, deve exportar 75% e importar 25% esta devia ser a meta de qualquer país que queira acelerar o Desenvolvimento Económico, e para o contexto moçambicano faz-se o contrário, únicas bases criadas para o desenvolvimento é com base no apoio e doação. E a única coisa que mais importamos e exportamos são dívidas. Portanto, por um lado tivemos uma economia que extravasa o princípio base da economia, e por outro lado uma economia suportada por doações e ajuda externa. Numa outra vertente diz-se uma economia sem bases sólidas, com dívida insuportável olhando para a capacidade do PIB do País.

Nesse diapasão se olharmos para a teoria do economista Adam Smith na sua obra a “A Riqueza das Nações” onde alude que, para um país ter uma economia estável deve dispor de três elementos essenciais, Terra, Capital e Cultura de trabalho, sob esta perspetiva, Moçambique conta com 36 milhões de hectares de terra arável e apenas 15% está a ser usado para sector agrário. Curiosamente, a economia moçambicana está um desastre mesmo diante de tanta potencialidade, a falta de agenda política e um plano sólido para desenvolvimento implica no actual cenário. A economia está um Trampolins, porque o modelo de governação em si tem lacunas, não há continuidade dos planos de desenvolvimento, quando o executivo termina com o mandato, automaticamente os planos estratégico quinquenal se vão junto, e o novo se preocupa com o seu novo plano sem sequer avaliar os planos anteriores (protagonismo).

Portanto, é imprescindível que se (re) pense numa agenda de desenvolvimento com bases e critérios próprios a moda moçambicana, colocando as devidas peças no lugar (como pode um PhD. Em Agronomia trabalhar na área de Transporte e comunicação) é chagada a hora de procurar soluções locais para resolver problemas locais, livrai-nos dos FMI em companhia…(…), Falhamos em não acarinhar as nossas potencialidades e não procurar por tecnologias para melhor produção das mesmas, ademais, não melhoramos as vias de acesso para facilitar a troca de produtos entre região ou ate a nível provincial, 47 anos de independência não temos condições de levar produtos do Niassa até Maputo, não conseguimos escoar produtos de Angónia (Tete) para demais pontos, ou do caso mais caricato do Distrito de Sanga no Niassa para capital da zona Norte-Nampula entre outros exemplos.

 

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