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ANAPRO denuncia pressão sobre professores de 32 escolas do sul do País em boicote aos exames
- Apenas duas escolas de Maputo pagaram as dívidas de horas em meio a 14 mil no país
A Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) denunciou intimidações na classe e uma intensa coação dirigida aos professores de, em pelo menos, 32 escolas que decidiram se unir ao boicote aos exames em protesto pela ausência de pagamento das horas extras.
A denúncia foi tornada pública por Marcos Calisto Mulima, vice-presidente da ANAPRO, que relatou que professores têm sido supostamente alvo de intimidações por parte dos gestores escolares. Ele mencionou que a polícia tem sido chamada nas instituições de ensino, especialmente quando os professores se juntam em maior número às manifestações, com o intuito de pressioná-los a não reivindicar seus direitos, que incluem o pagamento das horas extras.
Mulima informou que os professores das províncias de Gaza, Inhambane e Maputo são os que mais sofrem com tais intimidações, uma vez que as cerca de 32 instituições de ensino que se uniram às manifestações, encontram-se nestas províncias, especialmente de escolas secundárias.
“A ANAPRO acha que não é necessário recorrer à força, uma vez que os professores não são delinquentes; eles estão apenas exercendo um direito assegurado pela Constituição da República. Essa Constituição garante que qualquer cidadão ou grupo de cidadãos pode expressar as suas insatisfações por meio de greves, desde que isso não afecte a ordem e a paz pública. Contudo, não ocorreu nenhuma perturbação nesse sentido” afirmou Mulima, que criticou a postura do governo de Moçambique, considerando-a uma violação das liberdades individuais.
Além de representar uma violação da liberdade de expressão, Calisto Mulima afirma que a presença da polícia durante os exames impacta desfavoravelmente o desempenho dos estudantes.
“A actuação da polícia em uma instituição de ensino geralmente transmite uma percepção negativa e gera um clima de intimidação entre os estudantes. Se a intenção é conversar, isso não deve ser feito com polícias e ordem, pois as dificuldades que os professores enfrentam em relação ao governo não são questões para serem tratadas pela polícia”.
A respeito do pagamento das horas extras, a ANAPRO diz que o governo pagou horas extras de duas escolas secundárias situadas em Maputo, as quais foram protagonistas da greve. No entanto, sugere a possibilidade de que isso seja uma forma de manipulação.
“É importante destacar que em Moçambique existem aproximadamente 14 mil escolas, sendo 11 mil delas voltadas para o ensino primário e 3 mil para o ensino secundário geral. Se considerarmos que o governo já está realizando os pagamentos, não faz sentido que, após uma semana, ainda não tenha conseguido quitar 10, a menos que isso faça parte de uma táctica de distracção, como tem sido observado. Além disso, vale mencionar que os pagamentos estão ocorrendo devido à pressão que está sendo exercida, pois nas instituições onde não há essa pressão, eles nem se preocupam em tomar qualquer iniciativa”, afirmou Mulima.
O vice-presidente da ANAPRO aconselha aos professores aderirem ao boicote aos exames, uma vez que a ausência de pagamento pelas horas extras revela a desvalorização da classe pelo governo moçambicano, sendo a greve a única alternativa viável.
“Note-se também que estes ainda não pagaram nenhuma escola primária, a preocupação é com o ensino secundário devido ao aparato dos exames que carregam a imagem de ser onde há mais seriedade e preocupação do governo com os doadores e a comunidade internacional”. Vânia Jacinto
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