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AMETRAMO diz que naparamas que semeiam terror em Nampula são falsos e visam roubar e alimentar falsos curandeiros

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A Associação dos Médicos Tradicionais de Nampula declara que os indivíduos que estão espalhando medo em algumas comunidades da Província de Nampula, que se auto intitulam de naparamas, são, na verdade, bandidos, com a intenção de destruir e roubar propriedades públicas e privadas.
Em uma conversa exclusiva com o Rigor, Evaristo Gonçalves, o Presidente dos médicos tradicionais de Nampula, esclareceu que os autênticos naparamas, que apareceram na década de 80 durante a guerra civil que durou 16 anos, nunca foram mortos por armas ou objectos contundentes em meio ao conflito. Isso leva o líder da organização a afirmar que os actuais naparamas são, na verdade, criminosos que buscam espalhar o pânico e o medo para facilitar seus roubos.
Durante a preparação dos naparamas, recebiam instruções sobre como agir durante uma guerra ou invasão. Por exemplo, não era permitido fugir ao se deparar com o inimigo, esconder-se atrás de uma árvore ou evitar situações perigosas, pois isso poderia resultar em morte. Além disso, a aderência à família naparamas não era obrigatória, ao contrário do que ocorre com os militares do exército, que têm o dever de defender a nação.
Evaristo Gonçalves denunciou que alguns dos seus colegas envolvidos na prática do curandeirismo estão disseminando informações fraudulentas, alegando que têm a habilidade de transformar pessoas em naparamas. Segundo ele, são esses indivíduos que estão espalhando naparamas fraudulentos na província de Nampula.
“Até onde eu sei, a preparação para um naparama é algo que envolve elementos similares ao que acontece em uma guerra, e isso é aceito pelo governo, servindo de auxílio, como foi visto em Cabo Delgado. Para um médico tradicional, o tratamento de um naparama inicia-se com um sonho espiritual; não se trata apenas de conhecer uma planta e achar que já domina o assunto. Os naparamas que estamos observando actualmente, que estão aparecendo, são, na verdade, criminosos, não autênticos naparamas. Os verdadeiros naparamas são aqueles que são respeitados e reconhecidos pelo governo, e que adoptam uma postura pacífica”.

“Como presidente da AMETRAMO, é meu dever identificar quem é o curandeiro que está cuidando das pessoas e qual é a sua função. No passado, essa prática não ocorria clandestinamente; tanto os curandeiros quanto os naparamas eram reconhecidos pelas autoridades governamentais. É fundamental conhecer as suas origens, assim como o régulo e os secretários, além de todos os envolvidos na área, incluindo o local onde os rituais são realizados”.

O médico tradicional advertiu que os rituais realizados por curandeiros fraudulentos podem acarretar sérias consequências psicológicas para os jovens, chegando a torná-los com problemas de demência.
“À nossa frente, encontraremos indivíduos agindo de forma perturbada, confusos e caminhando parcialmente despidos pelas vias. Esses jovens que se submetem ao tratamento ignoram que estão colocando a própria segurança em risco, sendo iludidos com a ideia de que estão se preparando, quando, na verdade, essa ilusão é um engano, pois o curandeiro procura apenas lucro ou bens roubados”.
O Presidente da Associação dos Médicos Tradicionais de Nampula solicita o apoio do governo para iniciar uma investigação que vise desarticular a actuação de curandeiros que promovem tratamentos fraudulentos de naparamas, visando perturbar os jovens.
“É fundamental que o governo preste atenção e tome providências a respeito deste assunto. O grupo de investigação criminal, SERNIC, deve iniciar uma apuração para identificar quem são essas pessoas que realizam esses tratamentos enganosos, prejudicando os jovens e o que realmente defendem. Na minha posição como presidente, estou empenhado em descobrir a identidade daqueles que se apresentam como curandeiros. Entrei em contacto com Niassa e soube que algumas pessoas estão recebendo tratamentos; ao perguntar sobre a identidade do curandeiro, não obtive resposta, pois ele está em fuga. Isso indica que se trata de um gatuno que está enganando amigos para realizar furtos”. Vânia Jacinto

 

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