A Voz de Rafael Omar encontra paz na  Sepultura 12417 no Cemitério Velho

Jornalistas de Nampula manifestaram pesar pela perda de Rafael Omar e se comprometeram a eternizar a sua memória através da prática dos seus ensinamentos, utilizando a comunicação como forma de honrá-lo.

Os restos mortais de Rafael Omar estão enterrados na sepultura marcada com o número 12417 no Cemitério Velho de Nampula, onde, nesta Quarta-feira 13 de Novembro de 2024, familiares, amigos, colegas e interessados se reuniram em para prestar o último adeus.

Durante o velório, Vitorino Combucuane, editor da Rádio Moçambique, Emissor Provincial de Nampula, descreveu Rafael Omar como uma pessoa modesta e um notável professor de jornalismo, que dedicou sua vida ao ensino, sem se preocupar com sua idade.

“Tio Rafa, ou Omar, como o chamávamos carinhosamente, sempre se mostrava humilde e calmo. Ele nos ensinava e também aprendia como se comportar no ambiente de trabalho, tanto na empresa quanto em nossas residências. Era um conselheiro incansável, compartilhando suas experiências profissionais e histórias pessoais. Ele expandia a visão de muitos colegas que conviviam com ele diariamente. Sua habilidade de aprender, ensinar e educar, juntamente com seu jeito de tratar os outros, fez com que fosse reconhecido como um dos melhores jornalistas, pontual e sempre presente na empresa”, declarou Combucuane na mensagem de homenagem da Rádio Moçambique.

O Sindicato Nacional de Jornalistas participou da cerimónia de despedida de Rafael Omar, representado por Omar Mussa. Ele enfatizou que Rafael Omar criou um vazio que não pode ser preenchido e solicitou aos jornalistas que valorize a suas contribuições, colocando em prática os ensinamentos que ele compartilhou durante sua vida.

“No seio dos colegas deixa um vazio e saudades que o tempo não será bastante para preencher. A sua esposa Aurora e  filhos, nós o sindicado nacional e secretário de Nampula, deixamos um abraço fraterno de solidariedade. Aos colegas pedimos que honremos sua memória, os conhecimentos, experiências que Omar, quis partilhar connosco, descanse em paz mestre.”

Em uma declaração da família, apresentada por seu filho, Rafael Omar Junior, iniciou mencionando que foi difícil presenciar os últimos momentos de Omar e, em seguida, se comprometeu a manter vivo o seu legado.

“A morte do meu pai é extremamente dolorosa, pois não, era algo que eu esperava; foi uma surpresa, apesar de já reconhecer a situação dele. Eu acreditava que ele ainda teria mais tempo de vida, é complicado lidar com essa realidade. Vivemos momentos difíceis; embora eu pudesse dizer que foi um alívio, essa não é como percebemos. Pensávamos assim quando ele ainda estava connosco, mas actualmente, eu gostaria que ele estivesse aqui para enfrentar essa dor ao nosso lado. Meu pai nos ensinou que, mesmo diante de poucas oportunidades, é possível viver plenamente e conquistar muito mais. Ele veio de uma família com poucas condições, mas conseguiu deixar um legado valioso. Era um jornalista admirado e respeitado em todo o país, e isso é uma herança que eu sonho em seguir um dia”.

Rafael Omar faleceu aos 64 anos, nesta Terça-feira (12.11.2024) após lutar contra uma enfermidade que o atormentava desde 2019.

Omar  fez o ensino médio em jornalismo na Escola de Jornalismo em Maputo. Também possuia uma licenciatura  em história política e administração pública, além de um mestrado em ciências políticas e estudos africanos. Deixa uma esposa enlutada e cinco filhos. Vânia Jacinto