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SOCIEDADE

17 alunos expulsos após “baptismo” violento no Instituto Médio Politécnico de Murrupula

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Dezassete estudantes do Instituto Médio Politécnico de Murrupula acabam de ser expulsos por um ano lectivo, após se envolverem em actos de violência física e psicológica contra colegas do primeiro ano, sob o pretexto de realização de um alegado baptismo de caloiros. Outros 23 alunos foram afastados do centro de internato, embora mantenham a frequência das aulas como estudantes externos.

Segundo apurou o Jornal Rigor, o baptismo decorreu clandestinamente durante a madrugada, sem qualquer aviso prévio à direcção do estabelecimento de ensino. No momento da ocorrência, nenhum responsável estava presente: o director do internato encontrava-se ausente em missão de serviço, enquanto o director do instituto estava na cidade de Nampula.

“Eles aproveitaram a nossa ausência. Organizaram tudo sozinhos. Os estudantes vinham mascarados, quase à meia-noite. Já imaginou? Uma pessoa mascarada a invadir dormitórios para retirar meninas e rapazes que estavam a dormir… Isto é comportamento aceitável?”, questionou Abreu Ernesto, director do Instituto Médio Politécnico de Murrupula, em entrevista à nossa equipa.

De acordo com o responsável, os organizadores do baptismo submeteram os caloiros a exercícios forçados, com potencial de causar traumas físicos e emocionais. As sanções aplicadas baseiam-se nos regulamentos internos do instituto e do centro de internato, após investigações conduzidas por uma comissão de inquérito.

“Não fizemos nada fora do regulamento. Foi uma decisão fundamentada. Houve violação clara de normas e artigos que regem a convivência institucional”, explicou Ernesto.

Contudo, a decisão gerou indignação entre os pais e encarregados de educação dos alunos expulsos, que alegam não ter sido devidamente informados antes da suspensão.

“Reconhecemos o erro dos nossos filhos, mas não acreditamos que tenham sido apenas 48 os envolvidos. Este tipo de baptismo existe desde a fundação da escola. Por que só agora decidiram expulsar?”, questionou um dos pais, sob anonimato.

Outros pais acusam a direcção de conivência. “Como é possível um grupo de estudantes organizar isso de madrugada sem o conhecimento da direcção? Isso só mostra que sempre souberam e fingiram que não”, disse outro encarregado de educação.

Além disso, os pais lamentam que não tenha havido um encontro prévio entre as famílias dos estudantes expulsos e das vítimas, para procurar uma solução consensual. “Expulsar um aluno é condená-lo a um destino incerto. Que futuro estamos a garantir?”, interpelou um dos representantes dos educandos.

Em resposta, o director garantiu que os pais foram notificados numa reunião realizada no Sábado anterior à execução das medidas. “Reunimos com os encarregados e informámos que, na Segunda-feira, os filhos que participaram nos actos violentos seriam devolvidos às famílias. Ninguém quer colocar o seu filho numa escola onde corre risco de ser maltratado de madrugada”, declarou Ernesto.

A instituição entende que era necessário agir com firmeza para prevenir episódios semelhantes e garantir a segurança de todos os estudantes. Vânia Jacinto

 

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